Sunday 14 June 2009

'interromper fodas...'

Gonçalo entrou na sala de estar. Era ampla e moderna. Havia várias velas acesas, duas garrafas de vinho abertas, uma vazia perto do sofá. Sem dúvida que um ambiente romântico estava instalado naquela habitação. Gonçalo iria arrepender-se durante muitos anos desta noite, mas estava a cumprir ordens. Só isso.
No centro da sala Thunderclap completamente Nu. Se até agora a única pessoa que conseguira despir TC fora a investigadora residente do crepúsculo, Gonçalo seria o segundo dessa lista. O desconhecido, que Gonçalo só vira em fotos, estava de quatro enquanto. Thunderclap mostrava ser um actor digno da melhor pornografia. Só faltava a câmara para que aquela cena se tornasse num autentico filme. Por momentos Gonçalo lembrou-se que já passara um ano desde que dormira com que fosse, mas não deixou que esse sentimento o apuderasse dele. O desconhecido não queria que thunderclap parasse, e ele não dava sinais de parar em nenhum momento.
Gonçalo acendeu as luzes da sala. Já tinha a sua chave na mão para se identificar. Thunderclap, com uma brusquidão que o jovem de quatro não conhecia, virou-se para a porta. Gonçalo levatou a mão para que a chave fosse bem visível.
“Desculpa a interrupção” disse num tom quase sarcástico, mas não era essa a sua intenção.
Os olhos de thunderclap transitaram do seu aspecto normal, de humano, para faíscas que intimidavam.
“Precisamos de ti…” disse Gonçalo sincero.
“Não estou de serviço!” respondeuThunderclap frio e aborrecido.
“Estás sempre de serviço! Além disso tenho aqui uma coisa que precisas de ver.”
“Onde está a Margarida?” preguntou com o mesmo tom de voz.
O rapaz que antes estava de quatro a gozar uma noite de sonho, estava agora no chão um pouco assustado. Ele sabia o que se aproximava.
“Despareceu em combate com uma equipa.” Esta notícia mudou subitamente a disponibilidade de Thuncerclap, mas seguia imóvel.
Thunderclap tinha sem duvida o corpo mais escultural, o mais trabalhado que Gonçalo já vira. “Onde estava?” preguntou.
“Perdemos contacto com ela enquanto estava no ministério da defesa aqui no Porto.” Neste momento Thunderclap olhou para o rapaz com que estava, pensando que já falaram demasiado à frente de um desconhecido. Gonçalo precebeu e disse: “Não te preocupes, o teu amigo tem andado muito ocupado…” Gonçalo mandou a pasta a Thunderclap, o qual agarrou e abriu-a. Só precisou de folhear as primeiras páginas para a atirar para o sofá, e com um braço levatar o rapaz do chao. Os olhos, agora completamente brancos, cheios de fúria denunciavam um final triste para o rapaz que à cinco minutos disfrutava da foda da vida dele.
“Já te pedimos para teres mais cuidado com quem dormes…” Gonçalo saiu do apartamento e dirigiu-se para o terraço…

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