Thursday 18 June 2009

Gonçalo esperou longos minutos por thunderclap no terraço do prédio. Consultou o telemóvel várias vezes à espera que alguem lhe ligasse para lhe distrair da terrível espera. Não sabia muito bem o que vinha aseguir, só aquilo que lera nos relatórios de margarida, e vir para o terraço era aparentemente algo típico nestas situações. A cena da sala tinha corrido mil vezes melhor do que ele esperava, mas sabia que bastava uma palavra mal expressada ou contextualizada para acabar na cama de um hospital…

Sunday 14 June 2009

Quem Não tem azar no trabalho?

Viana do Castelo
1h55
“Filha da Puta!” Dissa Ana Joana. “Que foi?” perguntei inocentemente. “Não tenho sorte nenhuma com o trabalho! Foda-se!” resondeu.
Assustei-me! Não era a primeira vez que a via assim, mas esperava que não tivesse acontecido algo semelhante ao sucedido da semana passada na Galp. Não preciscei de preguntar nada que Ana Joana tratou de explicar o seu dia.
“Fui à Zara como te tinha dito. Eram 11 horas, não estava muita gente, mas as putas, mal entrei, ficaram coladas a olhar pra mim!”
Não sei explicar como, mas conseguia visualizar a cena. Ana Joana na entrada da Zara, as funcionárias a olhar - coladíssimas, e ela a dizer – estas putas já estão a falar de mim.’
Ana continuou, dado que não reparou no meu olhar que a minha mente não estava ali, mas sim no momento em que ocorreram os acontecimentos. “preguntei a uma delas – ‘O Gerente tá?’ – e a vaca teve o descaramento de se rir na minha cara e dizer que estava, mas não me atendia! Olha João, fiquei tão ceguinha, que lhe dei com a força toda. Ficou com a aquela cara toda fodida, mas antes que lhe pudesse acabar com ela os seguranças já me arrastavam para fora da loja. Foda-se, ainda a defender a tipa, já viste?”
“Sim…” Respondi a ver o sucedido… ‘que vegonha’, pensei. Ana Joana mal chegou lá fora disse: “Não tenho sorte nenhuma com o trabalho!” e realmente assim, não tinha mesmo sorte nenhuma.
“Depois do almoço fui à Massimo Dutti” Não queria acreditar que Ana Joana foi a uma entrevista de trabalho com, saltos alto, calças de fato de treino, um casaco de cabedal e o cabelo apanhado num rabo de cavalo, com boné.
A situação fora semelhante. Mal entrou, as funcionárias olharam para ela “ohh a merda… estas putas já estão a falar de mim!” mas Ana Joana estava mais moderada. “Oh tu!” disse levantando a mau “Anda cá”. A funiconária aproximou-se. “O gerente?” Preguntou. A funcionária respondeu simplesmente “O gerente saiu…”. “Mas vai demorar muito? Olha que eu não tenho a vida dele!” Não me surpreende saber que também não encontrou trabalho na Massimo.
Nessa mesma manhã o namorado de Ana Joana pediu-lhe 5€ para o café “Vai Trabalhar!” foi a resposta dela. Um pouco irónica, dado que quem não trabalha é ela.
Voltei àquele local, com ela, mas com a imagem do episódio na minha cabeça. “És muito espcial Ana, mereces o melhor trabalho do mundo!” Disse, levando a boémia à boca.

'interromper fodas...'

Gonçalo entrou na sala de estar. Era ampla e moderna. Havia várias velas acesas, duas garrafas de vinho abertas, uma vazia perto do sofá. Sem dúvida que um ambiente romântico estava instalado naquela habitação. Gonçalo iria arrepender-se durante muitos anos desta noite, mas estava a cumprir ordens. Só isso.
No centro da sala Thunderclap completamente Nu. Se até agora a única pessoa que conseguira despir TC fora a investigadora residente do crepúsculo, Gonçalo seria o segundo dessa lista. O desconhecido, que Gonçalo só vira em fotos, estava de quatro enquanto. Thunderclap mostrava ser um actor digno da melhor pornografia. Só faltava a câmara para que aquela cena se tornasse num autentico filme. Por momentos Gonçalo lembrou-se que já passara um ano desde que dormira com que fosse, mas não deixou que esse sentimento o apuderasse dele. O desconhecido não queria que thunderclap parasse, e ele não dava sinais de parar em nenhum momento.
Gonçalo acendeu as luzes da sala. Já tinha a sua chave na mão para se identificar. Thunderclap, com uma brusquidão que o jovem de quatro não conhecia, virou-se para a porta. Gonçalo levatou a mão para que a chave fosse bem visível.
“Desculpa a interrupção” disse num tom quase sarcástico, mas não era essa a sua intenção.
Os olhos de thunderclap transitaram do seu aspecto normal, de humano, para faíscas que intimidavam.
“Precisamos de ti…” disse Gonçalo sincero.
“Não estou de serviço!” respondeuThunderclap frio e aborrecido.
“Estás sempre de serviço! Além disso tenho aqui uma coisa que precisas de ver.”
“Onde está a Margarida?” preguntou com o mesmo tom de voz.
O rapaz que antes estava de quatro a gozar uma noite de sonho, estava agora no chão um pouco assustado. Ele sabia o que se aproximava.
“Despareceu em combate com uma equipa.” Esta notícia mudou subitamente a disponibilidade de Thuncerclap, mas seguia imóvel.
Thunderclap tinha sem duvida o corpo mais escultural, o mais trabalhado que Gonçalo já vira. “Onde estava?” preguntou.
“Perdemos contacto com ela enquanto estava no ministério da defesa aqui no Porto.” Neste momento Thunderclap olhou para o rapaz com que estava, pensando que já falaram demasiado à frente de um desconhecido. Gonçalo precebeu e disse: “Não te preocupes, o teu amigo tem andado muito ocupado…” Gonçalo mandou a pasta a Thunderclap, o qual agarrou e abriu-a. Só precisou de folhear as primeiras páginas para a atirar para o sofá, e com um braço levatar o rapaz do chao. Os olhos, agora completamente brancos, cheios de fúria denunciavam um final triste para o rapaz que à cinco minutos disfrutava da foda da vida dele.
“Já te pedimos para teres mais cuidado com quem dormes…” Gonçalo saiu do apartamento e dirigiu-se para o terraço…

Thursday 4 June 2009

Gonçalo estava nervoso. Muito nervoso! Mais nervoso que no dia que soube que os seus pais o tinham posto fora de casa por não ter entrado em medicina, mais nervoso que no seu estágio na judiciária, e principalmente mais nervoso que o primeiro dia de trabalho na agência ao lado de Margarida.
Tinha noção do que Thunderclap era capaz, e tinha medo dele. Quando parou o carro a Música de Nutini já acabara e ouvia all by myself de Celine Dion. “Nem de propósito!” disse, desligando sistema de som com um brusquidão nada típica dele.
Respirou fundo. Fechou e abriu os olhos. Nada resultava. Olhou-se ao espelha. Estava com um ar assustador ‘de merda’ pensou Gonçalo. Pegou no dossiê, e no seu patch ocular,e saiu do carro. Cruzou a rua com muito pouco cuidado. Não se importava de ser atropelado naquele preciso momento.
Mostrou a chave ao porteiro, e este deixou-o entrar. A chave era a marca do crepúsculo. Todos os agentes, todo o funcionário tinha uma chave, e quanto mais alto uma pessoa se encontrasse na hierarquia do crepúsculo, mais portas abriam.
Entrou no elevedador e premiu o botão 5.
Tentava convencer-se que já estivera em situações bem piores, e a verdade é que este jogo mental estava a resultar. Colocou o seu patch ocular. Não o queria fazer na rua, pois sabia que o porteiro acharia estranho.
No 5º piso havia supostamente 3 apartamentos, mas o crepúsculos adquiriu o prédio, alugando os pisos inferiores a civis e mantendo e modificando os apartamentos dos pisos superiores conforme necessário.
As portas 5a e 5b davam acesso ao apartamento de Thunderclap. O 5c, segundo a base de dados encontrava-se vazio.
Introduziu a chave na porta e abriu-a. o hall de entrada estava escuro. O apartamento de Thunderclap fora revestido com o material isolador de som mais sofisticado do mundo, para proteger os vizinhos de se aperceberem ou se queixarem de barulhos estranhos.
O barulho que vinha da casa, provávelmente seria um dos barulhos típicos que incomodaria qualquer vizinho. Gonçalo olhou para o chão. Roupa. ‘isto não me está a acontecer’ pensou. Ponderou o que margarida faria. Será que se esperasse cinco minutos, poderia voltar sem interromper thunderclap.
Deu dois passos em frente e virou 90º graus para voltar a sair. Quando esticou o braço para abrir a portam, mas arrependeu-se
Com um ar convicto caminhou em direcção da sala de estar, de onde vinha uma luz fraca. Provavelmente de uma vela.
No chão peças de roupa. Gonçalo reconhecera as roupas de Thunderclap e, por isso pegara nas peças restantes.

To be continued
Gonçalo também conduzia um Ford Mustang, carro igual ao de Margarida, exceptuando o facto do carro dele ser Neptune Green, e o seu porta bagagens não conter os mesmos extras. Gonçalo não se preocupou em armar-se. Entrou no carro colocando o dossiê no banco do passageiro. Deu à chave, e arrancou. Detestava o silêncio. Ligou o leitor mp3 do carro e seguiu em direcção da foz do Douro ouvindo Candy de Paolo Nutini. Em poucos minutos estaria no apartamento de Thunderclap.


Crepúsculo 1h25

Francisco regressou à sala de operações. Uma analista que aparentava ter mais idade e mais experiência informou Francisco que não conseguira restabelecer o contacto com a Margarida e a sua equipa. Sem grandes comentários ou observações, Francisco pegara no Telefone da mesa dessa mesma analista e marcara a extensão ‘016’ que correspondia à enfermaria. Atendeu um homem de voz inconfundível. Era o médico residente. O Dr. Costa tinha a virtude de tranqüilizar qualquer paciente com a sua voz. Era quase uma arma.
“Prepare a enfermaria para possíveis feridos. Quatro para ser concreto.”
“Entendido chefe” disse o doutor e desligou.
Com isto Francisco dirigiu-se para o seu gabinete que ficava num nível superior à sala. Era envidraçado e podia observar todos os movimentos da sua equipa pelo seu gabinete. Subiu as escadas, fechou a porta e desapertou o botou superior da camisa. Estava nervoso com o sucedido. Já à muitos meses que não passava nada de grave. Encheu um copo com água e sentou-se por detrás do seu computador onde iria actualizar a progressão da agencia. Servia de relatório para o chefe das forças de segurança. Ele poderia aceder a este relatório a qualquer momento, mas era raro uma chamada dele. Rara a ordem, ou contra-ordem. Ele Confiava plenamente na capacidade desta divisão. Ao fim ao cabo, era bem cara de manter.

Friday 29 May 2009

Gonçalo

Crepúsculo – 1h17

“Tenta os canais de emergência...” Disse Francsico. Crepúsculo perdera o contacto com os quatro agentes e Francisco quase suava com a pressão. Já passara pior, mas ele sabia que a noite estava longe de terminar. Retirou o auricular do ouvido e saiu disparado da sala de operações. Caminhava rapidamente para chegar a um gabinete ao fundo do corredor. Bateu à porta, mas não esperou para receber ordem de entrar. Entrou e encontrou um homem sentado à frente da sua secretária.
“Chefe!?” disse o homem surpreendido. “Ainda não tenho novidades sobre o caso das flores.”
Francisco levantara a mão para o homem se calar.
“Perdemos contacto com a Margarida e a sua equipa. Estavam no ministério da defesa a investigar uma serie de ataques informáticos que têm como ponto de origem o próprio ministério. Gonçalo, preciso que vás à casa de Thunderclap e o tragas aqui.” Francisco precipitou-se ao achar que este caso não envolvi nenhuma situação paranormal, mas em breve teria certezas da dimensão do caso.
Gonçalo retirou os óculos de armação preta. Ficavam-lhe bem, mas parecia mais velho. Tinha 1m80, e não tinha um corpo escultural, mas enquanto membro da PJ fez um excelente trabalho, e daí que o crepúsculo recrutara alguém ainda novo com experiência noutras forças de segurança. O crepúsculo nunca tinha staff suficiente, mas pelo menos os ordenados compensavam todos os dessasossegos do trabalho.
Gonçalo levou a mão à cara. Estava nervoso. “Eu não sei se conseguirei trazer o thunderclap aqui. A única vez que o vi... digamos que me assustei com a atitude dele.”
“Desculpas é a última coisa que quero ouvir agora!” Disse Francisco num tom áspero e autoritário. A verdade é que para além de Margarida e do próprio Francisco, ninguém do crepúsculo tinha ganho a confiança de Thunderclap.
Francisco dirigiu-se para a mesa oposta a Gonçalo. Era a mesa de Margarida. Gonçalo, estava a ser supervisionado por ela dado que era um recruta muito recente e tinha que dar muito de si se quisesse efectivar o seu lugar como agente
Francisco abriu um dossiê, fechou-o, e deu-o ao Gonçalo. Leva isto. Ajudar-te-a. Saiu do gabinente aborrecido.
Gonçalo abriu o dossiê e também o fechou. Pegou nas chaves, vestiu o blazer e tava de saída.

Thursday 28 May 2009

MOD Offices part II

Estas situações eram sempre demasiado rápidas e era extremamente fácil perder o controlo de tudo. O agente ainda gritou ‘alto!’ ao entrar. Margarida entrou tão rapidamente que se houvesse alguém armado teria disparado e matado os dois. Ninguém se encontrava no escritório, nem no anexo. Mas o PC estava ligado.
A verdade é que o escritório para além de um PC e do mobiliário do quarto, não apresentava grandes sinais de estar a ser ocupado.
“A quem pertence este gabinete?” Margarida perguntou ao Francisco. “Para além de um PC não tem sinais de ser ocupado.”
Francisco respondeu “até ontem foi ocupado por um tal de Paulo Afonso, promovido a semana passada para braço direito da primeira ministra.”
“hmm... Essa história parece-me estranha. Qual era o papel dele aqui no ministério?” disse Margarida com uma voz céptica, observando tudo o que lhe rodeava.
“Não é claro. Mas já temos um analista a fazer um dossiê sob Paulo e todas as suas actividades e contactos nos últimos anos.” Respondeu Francisco que sussurrava uma ordem a um analista.
Margarida aproximou-se do PC e retirou uma memory drive do bolso do casaco. “vou ligar a drive a fazer uma cópia do disco duro.” Ao tocar no rato havia um programa desconhecido a funcionar. Maximizou mas a janela, mas esta não apresentava informação. Só uma barra de progressão que chegava ao fim e reiniciava. Começou a pesquisar palavras chave que associasse algum ficheiro do PC aos inimigos standard de crepúsculo. Ao introduzir as letras GD, vários ficheiros surgiram.
“Encontrei algo!” informou Margarida que tentou abrir os documentos, mas estavam protegidos com palavra passe.
“Os ficheiros estão encryptados!” depois de vários segundos sem resposta “Francisco!?” disse. Nada. Foi nesse momento que um barulho ensurdecedor obrigou que margarida retirasse o patch que encaixava na orelha esquerda e cobria o olho com uma lente colorida. A de margarida era verde, mas não era cor única.
O monitor sem mais mudou de cor. Margarida retirou a Mem drive. Longe de ter a cópia do disco completo precisava fazer chegar esta informação ao crepúsculo.
“’bora!” disse dirigindo-se à porta. Tentou abrir mas estava trancada. Olhou para o agente que encolheu os ombros. Dirigiu-se para a janela, mas não havia como descer do quinto andar. Escondeu a Mem no soutie num gesto subtil, mas ousado
“é impressão minha ou está muito calor aqui?” disse o agente.
Margarida olhou para o tecto. O gabinete estava ligado ao sistema de ventilação do edifício. Com um grande estrondo a porta do gabinete foi projectada acertando em cheio no agente que estava a poucos centímetros de margarida.
Disparou instintivamente em direcção à entrada. O calor agora transformara-se num gelo ártico. Margarida não pode evitar arrepiar-se. Alguém entrou mas margarida não podia parar de tremer. Mal conseguia respirar. A vista falhava-lhe, os membros, tudo.
“coitada!” disse a voz. “foi pra isto que tivemos tanto trabalho?” Margarida a este ponto estava no chão encolhida. queria gritar, mas não conseguia emitir nenhum som. Não podia evitar reagir à dor que sentia em todo o corpo. Foi num gesto forte que o ser que entrara lhe pegara no pescoço, a levantara do chão com a mao esquerda sem o mínimo de esforço. Margarida foi projectada para o corredor. Pensou que estava morta mesmo antes de morrer...